Empresas brasileiras apostam em bem-estar mental: especialista comenta tendências e soluções

Em um cenário corporativo cada vez mais exigente, o bem-estar emocional dos colaboradores ganhou protagonismo no Brasil. Com o avanço de modelos híbridos de trabalho, pressão por resultados e exigências legais que incluem a saúde mental, empresas e profissionais buscam soluções práticas, e a psicóloga Fabíola Gonçalves aparece como uma voz relevante neste debate.

Como fundadora da InFocus Health, Fabíola coordena iniciativas que combinam diagnóstico, intervenção terapêutica e cultura organizacional. Segundo ela, “o cuidado com a mente deixou de ser diferencial e passou a ser essencial para a performance das equipes”.

Quando a saúde mental integra o ambiente corporativo

A transição no Brasil já é perceptível: dados recentes mostram que transtornos como ansiedade e depressão elevam os custos com afastamentos e reduzem a produtividade. Nesse contexto, empresas que investem em programa de saúde mental nas empresas registram menor rotatividade e um clima mais positivo.

Para Fabíola, a transformação exige um olhar estratégico:

“Não basta promover palestras isoladas. O ideal é estruturar um programa que envolva lideranças, processos e assistência contínua.”

Atendimento remoto: a nova porta de entrada para o suporte

Antecedendo modelos presenciais tradicionais, o formato digital de assistência psicológica fornece mais acesso, agilidade e alcance. Quando ciclos de estresse se tornam comuns no trabalho, contar com uma psicóloga online para depressão faz a diferença no início do tratamento, especialmente para quem enfrenta barreiras de tempo ou deslocamento.

Fabíola ressalta que o formato digital é complementado por terapias eficazes:

“A adoção de Terapia Cognitivo-Comportamental online (TCC) permite que o paciente compreenda padrões de pensamento e adote mudanças reais no dia a dia.”

A eficácia da TCC no mundo corporativo

A TCC online já se consolidou como uma das abordagens mais reconhecidas no plano internacional, e sua aplicação nas empresas brasileiras está crescendo. Profissionais submetidos a rotinas intensas e imprevisíveis respondem bem a esse modelo porque ele promove autogestão emocional, foco e resiliência.

Fabíola explica:

“Quando o colaborador desenvolve ferramentas para lidar com pressão e mudança, a organização ganha em performance e retenção.”

Oportunidades e desafios à frente

Embora o movimento seja promissor, ainda há desafios:

  • Falta de cultura organizacional voltada ao bem-estar;
  • Dificuldade de mensurar resultados a curto prazo;
  • Resistência frente à ideia de que saúde mental faz parte da “segurança laboral”.

Por outro lado, aqueles que implementam programas estruturados antecipam ganhos claros. Empresas com políticas de cuidado emocional bem definidas conquistam distinção no mercado, atraem talentos e elevam sua reputação.

Mensagem final da especialista

“A mudança não será apenas normativa, será cultural”, afirma Fabíola Gonçalves. “Quando o cuidado com a mente se torna parte integrante das empresas, criamos ambientes mais sustentáveis para as pessoas e para os negócios.”

O caminho está traçado: soluções digitais, abordagens terapêuticas eficazes e programas empresariais bem elaborados compõem o tripé da nova era da saúde mental no trabalho. E, com isso, cada vez mais brasileiros encontram alternativas reais para viver e trabalhar com mais equilíbrio.